domingo, 22 de dezembro de 2013

O que é melhor, nascer rico ou nascer inteligente?

Assim, ainda que a inteligência seja a habilidade para conseguir escalar a escada econômica, não muitas pessoas conseguem escalá-la

Um recente artigo do centro de pesquisas Brookings, em Washington D.C., Estados Unidos, que estudou a relação entre inteligência, motivação e mobilidade econômica entre um grupo de jovens que o governo começou a rastrear em 1979, sugere que a inteligência e o impulso têm muito a ver com a riqueza econômica, mas há uma grande armadilha na dinâmica econômica.

O resumo executivo é o seguinte: se são inteligentes e motivados, os jovens de baixos recursos tiveram uma decente possibilidade de entrar à classe média-alta, ou mais acima. Ademais os adolescentes de baixa renda ficaram nos três primeiros lugares nos exames de qualificação das Forças Armadas e mais de 40% ganhava mais do que a metade dos rendimentos mais altos quando chegaram à idade adulta. Enquanto isso, os meninos ricos menos inteligentes geralmente caíram na escada econômica.

- "No entanto", apontam os pesquisadores, - "Parece haver um 'piso de cristal' que não permite que os garotos ricos com habilidades medíocres caiam na (relativa) pobreza".

A infeliz e evidente verdade é que quase sempre os meninos ricos são os meninos inteligentes. Graças aos recursos, suas famílias podem investir em educação e boa alimentação, e os meninos ricos começam sua vida acadêmica com muita vantagem sobre os de baixos recursos. Isto é, desenvolvem partes do cérebro desde idades precoces e isto lhes permite ter mais capacidade intelectual enquanto vão se desenvolvendo.

Nas pesquisas, os jovens ricos obtiveram resultados mais altos que os demais. Isto, evidentemente, é uma das razões mais contundentes da escassez de mobilidade econômica na maioria dos países do mundo, inclusive se a economia do país for meritocrática.

- "Simplesmente não há suficientes meninos pobres com bastante habilidade para se abrir brecha até o cume". E é por isso que o presidente do Banco Central Americano, Ben Bernanke, começou a fazer questionamentos se realmente há alguma justiça na meritocracia. Após tudo, que tão justo pode ser um sistema se até agora está inclinado sempre a favor daqueles sortudos que nasceram ricos?

Do outro lado, aqueles que nasceram em uma família com recursos, têm grande parte do caminho percorrido de antemão. Cabe mencionar, também, que nascer inteligente, assim como nascer rico, não tem mérito próprio; é parte de uma série de configurações e entrelaçamentos genéticos ou sociais.

Mas as pessoas com dinheiro têm uma vantagem a mais: podem desenvolver esse tipo de inteligência com o qual necessariamente não nascemos, mas que pode ser gerado a partir da educação e o exercício intelectual. [Metamorfose Digital]

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